Um Casal na Semana Santa
Desde então, buscamos viver uma preparação para a Semana Santa, viver a Quaresma de forma mais comprometida. Fazemos o jejum de carne às sextas-feiras, abrindo exceções apenas em casos de necessidade de saúde. Nesse tempo o Josué, se dedicou a escrever reflexões da palavra de Deus, que faz público através de um blog EcoDaPalavra e do seu instagram ArtJosuMarq, onde pode compartilhar através da arte essa vivência e experiência de fé. Outro ponto de preparação foi o rosário da madrugada com o Frei Gilson.
Nos propusemos a esse desafio e, mesmo com a rotina intensa entre casa, trabalho, família e igreja, nos levantamos às 4h da manhã — de segunda a sábado — para rezar juntos. É um sacrifício com sabor de fé.
Na Semana Santa, vivemos intensamente cada dia, servindo na liturgia com tudo o que temos e somos: cantando, organizando, planejando, limpando, registrando em fotos e ornamentando o espaço sagrado. Cada detalhe tem um sentido, e cada gesto é uma forma de oferecer nosso amor a Deus.
A semana já começa movimentada na segunda-feira, com a Procissão do Senhor dos Passos. Na terça, celebramos Nossa Senhora das Dores, e na quarta vivemos o Encontro entre Maria e Jesus. Esses dias nos preparam para o Tríduo Pascal, o ápice de toda a nossa fé — também chamado de Semana Maior.
O Tríduo é uma única celebração em três momentos. Na Quinta-feira Santa, revivemos a instituição da Eucaristia e o gesto do Lava-Pés. Não há bênção final nessa celebração, pois ela se estende até o Sábado Santo. O momento se estende com o momento de oração diante do sepulcro.
Mantemos também uma tradição muito especial: o Relógio da Paixão. A cada hora, fazemos orações específicas que nos ajudam a acompanhar espiritualmente cada passo de Jesus até o Calvário. É uma vivência profunda da paixão de Cristo em sua totalidade.
Na sexta-feira, tem mais um acréscimo interessante: a visita das 7 igrejas, e para desbravar o nosso lado aventureiro, vamos para a pedalada na igreja de São Benedito, que passará por 7 igrejas com orações específicas em cada uma delas. Representando os sete locais onde Cristo passou até a cruz.
Com uma energia inacreditável ainda temos as 15h a celebração da santa cruz, o único dia do ano que não acontece missa em nenhum local do mundo!
Um momento de muita piedade pela oração por todo o mundo e um dos momentos mais fortes onde padre diz: Eis o lenho da cruz daqual pendeu a salvação do mundo.
Após esse dia de intensidade e piedade, entramos num clima de recolhimento, em preparação para o Sábado Santo. Geralmente pela manhã existe a preparação de uma grande fogueira para este momento.
Chegamos ao Sábado Santo! Essa celebração é de uma beleza incomparável. Iniciamos com a bênção do fogo e a preparação do novo Círio Pascal, símbolo da luz de Cristo que vence as trevas. Um dos momentos mais emocionantes é ouvir o sacerdote proclamar: “Eis a luz de Cristo”. Com sete leituras e sete salmos, revisitamos toda a história da salvação, culminando no cântico jubiloso do “Glória”, quando todos os sinos da igreja tocam, rompendo o silêncio da Quaresma.
No Domingo da Ressurreição, o clima muda. É uma celebração mais familiar, cheia de alegria. Cristo vive! Cristo ressuscitou! É um momento de esperança renovada.
Ainda não temos filhos biológicos, mas dedicamos um cuidado especial a alguns filhos espirituais, especialmente seminaristas que acompanhamos desde o início de sua caminhada vocacional. Sentimos que somos chamados a apoiar essas vocações, ajudando-os a crescer na fé e no serviço.
A Semana Santa, para nós, é mais do que um tempo litúrgico. É um verdadeiro retiro espiritual que nos fortalece para o resto do ano. Renova nosso ânimo, nossa entrega e nosso amor por Deus e pelo serviço à Igreja. O sentimento que brota na Páscoa é de profunda gratidão: por tamanha entrega de Cristo, por sua cruz, por nossa salvação.
Entrevista dada ao jornal OOtimista.
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